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Acredito que uma das razões de se preservar uma fotografia (ou qualquer obra artística) é a possibilidade e a felicidade de poder divulgá-la. A divulgação que aqui está sendo feita não tem caráter comercial, é exclusivamente informativa e cultural. Mesmo assim, em respeito ao trabalho de terceiros, por ocasião das postagens das fotografias contidas nesta categoria, esforços foram feitos para que as imagens tivessem os seus reais créditos, mesmo que elas já fossem de domínio público. Mas, muitas das vezes, por serem imagens antigas, a identificação do fotógrafo ou a qual acervo elas pertencem são informações difíceis de serem obtidas; diante destas dificuldades, são colocadas observações de que a fotografia é de autoria desconhecida ou que ignoramos quem seja o seu autor. No entanto, se alguma imagem aqui publicada não atender a estas condições, solicito a gentileza de que as pessoas interessadas se manifestem, fundamentando as suas observações através do e-mail do contato (acima, à direita), para que se possa fazer uma reavaliação, e, se for o caso, proceder as eventuais alterações.

Antiga foto de André Bello - São João del-Rei - MG
Antiga foto de André Bello - São João del-Rei - MG

ANDRÉ BELLO (Tortorella - Itália, 24 de abril de 1878 — São João del-Rei, 6 de novembro de 1941), veio para o Brasil no início do século XX, indo para cidade de Juiz de Fora e depois se instalou em São João del-Rei - MG; no ano de 1914 casou-se com Guilhermina Menicucci (em Lavras-MG) e teve cinco filhos: Maria Bello Benvenautta; Gabriella Bello de Almeida Neves, Conceição Menicucci Bello, Stella Bello de Faria e Victor Lourenço Menicucci Bello. Em São João del-Rei, ele abriu o "Atelier Photográphico de André Bello" e uma oficina para emoldurar quadros. Naquela época, a cidade ainda não possuía o serviço de fotografias em domicílio e ele implantou tal costume, fotografando muitas famílias são-joanenses e das proximidades. Bello foi também o precursor do cinema na cidade, promovendo a exibição de filmes mudos e falados no então Ginásio Santo Antônio (a partir dos anos 1930); organizou um sistema que permitiu alugar filmes no Rio de Janeiro para exibição em São João del-Rei e região, utilizando-se como transporte os trens da Estrada de Ferro Oeste de Minas. André Bello também participou da fundação do "Curtume Bello & Tortoriello Ltda", no Bairro Fábricas (local onde atualmente fica a rodoviária da cidade). Era cultor das artes, incentivando e promovendo a presença de companhias teatrais em São João del-Rei (promoveu por aqui a presença das trupes de Procópio Ferreira, Dercy Gonçalves, dentre outras).

NOTA: esta imagem foi reproduzida de original do acervo de José Augusto Moreira (in memoriam); a data e o nome da pessoa que foi retratada ainda permanecem ignoradas.

Betas - Serra do Lenheiro - São João del-Rei - MG
Betas - Serra do Lenheiro - São João del-Rei - MG

Em São João del-Rei - MG, a mineração do ouro deixou muitas marcas nas encostas da Serra do Lenheiro, a exemplo destas betas (pronuncia-se: bêtas) com seus profundos cortes nas pedras em direção aos veios auríferos que podem ser vistos através desta antiga imagem tomada na região do Tanque. Foto s.d. e s.a., reproduzida de original do acervo de José Augusto Moreira (in memoriam).

Caçada no Araguaia - (Foto do acervo de Humberto Martins Ferreira & família)
Caçada no Araguaia - (Foto do acervo de Humberto Martins Ferreira & família)

Esta é uma foto de tradicionais caçadas de uma turma de amigos São João del-Rei. Eurico Martins Ferreira (pai de Humberto Martins Ferreira que gentilmente nos enviou esta fotografia) é o terceiro da esquerda para a direita, de roupa branca, segurando a arma com as duas mãos. Ananias de Castro Teixeira também está na foto (é o penúltimo, à direita, em pé). Na ocasião a turma estava na frente da sede da Fazenda Diamante, lá pelos lados do Rio Araguaia, provavelmente nos anos de 1948/1949. Notem que na imagem há um lobo que fora abatido pelo sr. Eurico. Naquela época, lobos eram caçados e abatidos mais por serem considerados como ameaças diretas para o homem e para os rebanhos; estima-se que um lobo adulto consegue/necessita comer entre 6 a 10 kg de carne por refeição, assim eles não perdoavam, atacavam, matavam e comiam a carne de bezerros, cabras, carneiros, aves e outros animais que eram criados nas fazendas; além disto, quando famintos, eles ameaçavam até mesmo os humanos. Interessante notar que a caça e a pesca esteve, durante milênios, exclusivamente ligada a sobrevivência do homem. Atualmente, com as espécies em processo de rareamento ou até mesmo de extinção, é que as caçadas e as pescarias são encaradas como atividades brutais e politicamente incorretas; mas, até uma época que não vai muito longe, a atividade era como se fosse um esporte e era aceita como algo normal e legal. Assim, em respeito à memória dos usos e costumes de uma época, deixo aqui consignado este registro histórico.

Campo de aviação - São João del-Rei - MG (Acervo de Oyama de A. Ramalho)
Campo de aviação - São João del-Rei - MG (Acervo de Oyama de A. Ramalho)

Vista do antigo campo de aviação de São João del-Rei, na Várzea do Porto Real da Passagem, que ficava situado onde atualmente existe um conjunto de casas populares, logo atrás da sede da Prefeitura Municipal de Santa Cruz de Minas; dali a pista estendia-se pelos lados de onde é a Escola de Educação Básica e Profissional "Dona Sinhá Neves" (Fundação Bradesco) e em direção ao sopé da Serra de São José, elevação que se vê ao fundo. Nota-se que há outras aeronaves no local, mas destaca-se a imagem de um avião "Beechcraft V.35 Bonanza”; do lado direito está o Hangar do Mestiço (Antônio Lombelo da Rocha). A última lembrança desse antigo campo de pouso e decolagens é um monumento espiralado que fica localizado logo atrás da sede da referida prefeitura. Esta imagem foi capturada por Oyama de Alencar Ramalho, ano de 1950, com uma antiga câmera Eastman Kodak. Aquelas precárias câmeras, popularmente apelidadas de "caixotinhos", eram dotadas de objetivas simples, focos fixos e alavanquinhas em forma de "L" como disparadores; as imagens eram fixadas em rolos de filmes preto e branco de 120mm.

Cantores de Dom Bosco - Rio de Janeiro - RJ
Cantores de Dom Bosco - Rio de Janeiro - RJ

Ônibus com os meninos Cantores de Dom Bosco, de São João del-Rei - MG (vide a faixa) em visita ao Rio de Janeiro - RJ, em 31 de janeiro de 1957 (foto s.a.).

Clube X - Carnaval - São João del-Rei - MG
Clube X - Carnaval - São João del-Rei - MG

Na cidade de São João del-Rei - MG, "em ano que não conseguimos determinar, foi fundada uma entidade formada pela elite social: o "Clube X", onde pontificava o folião Carlos Luís Guedes, coadjuvado por outros líderes como José Belini dos santos, Demerval Sena, José Viegas e major Américo santos. O "Clube X" moldava-se, naturalmente guardando as devidas proporções, nas tradicionais "grandes sociedades" carnavalescas do Rio de Janeiro. Seu ponto alto era os carros alegóricos, cavaleiros trajados a rigor, montados em belos cavalos, banda de clarins abrindo o préstito ao som da Marcha Triunfal de Aída, tudo iluminado por profusos e variados fogos de bengala". É assim que Geraldo Guimarães se referiu ao Clube X no texto intitulado "Nosso Carnaval do Passado - Ligeiras Notas e Observações", publicado "in memoriam" no volume IX da Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei (ano 2000, p. 145). Esta imagem registra integrantes do Clube X na região da Prainha (atual Praça dr. Antônio das Chagas Viegas/antigo Terminal Rodoviário de São João del-Rei - MG), podendo ser visto também o Pelourinho que àquela época ainda se encontrava instalado no local. (Foto s.a. e s.d. / fotodigitalização do acervo de José Antônio de Ávila Sacramento).

Continental Jazz Band - São João del-Rei - MG
Continental Jazz Band - São João del-Rei - MG

A CONTINENTAL - JAZZ BAND foi fundada em 02 de julho de 1932, pelos músicos são-joanenses Milton Couto, Antônio Polastri, Carlos Urbano dos Santos, Henrique Ferreira Fernandes, José do Espírito Santo (vulgo "Zé Tiradentes") e João Onofre (inicialmente foi denominada "Jazz Capitólio", devido ao contrato firmado para se apresentar no Cine Capitólio). Durante muitos anos a "Continental-Jazz Band" representou a música moderna em São João del-Rei - MG. Era um grupo musical que não executava apenas o jazz, mas cantava (a voz, muitas das vezes, se tornava também uma espécie de instrumento: os vocalistas cantavam de maneira semelhante a um trompete, um trombone ou um saxofone) e tocava outros ritmos da época; apresentavam-se geralmente acompanhados de trompete, trombone, clarinete, saxofone (alto e tenor), banjo, contrabaixo ou tuba e bateria, além de outros instrumentos, tais como o a guitarra e o piano. Esta fotografia foi reproduzida por José Antônio de Ávila do jornal Diário do Comércio, S. João del-Rei - MG, edição nº 1003, datada de 03 de agosto de 1941.

Ernesto Darioli e seu avião - Belo Horizonte - MG (autor desconhecido)
Ernesto Darioli e seu avião - Belo Horizonte - MG (autor desconhecido)

O aviador italiano Ernesto Darioli, em 20 de abril de 1912, esteve em Belo Horizonte fazendo exibições aéreas a convite do "Yale Athletic Club." Aqui ele está na frente de seu monoplano Blériot, no Prado Mineiro (uma área que desde a fundação da capital mineira estava reservada para a construção de um hipódromo, onde atualmente está localizado o Bairro do Prado). O Hipódromo do Prado Mineiro foi inaugurado em 8 de julho de 1906. Os voos de Ernesto Darioli foram os primeiros que a capital mineira assistiu... Este piloto foi o mesmo que no ano de 1910 apresentou o avião para a população de São João del-Rei, quando em curto voo, a sua aeronave decolou da atual Praça Pedro Paulo indo chocar-se contra uma moita de bambu no campo de futebol do Athletic Club.

Fábrica de Latas - São João del-Rei - MG (Acervo de Silvério Parada)
Fábrica de Latas - São João del-Rei - MG (Acervo de Silvério Parada)

São João del-Rei sediou a "primeira fábrica de latas no Estado de Minas - fundada em 1905". Especializada em latas para transporte de manteiga e a distribuidora do "legítimo Óleo Valvolina para machinas", era a fábrica de Domingos B. Bello, "caprichosamente montada com os mais aprefeiçoados machinismos, movidos a electricidade", que ficava localizada na "Praça Tamandaré", atual Largo Tamandaré, centro da cidade. Esta impressão mostra o interior da fábrica e traz a informação de que o estabelecimento foi agraciado com a medalha de prata na Exposição Regional de Belo Horizonte e com a de bronze na Exposição Nacional de 1908.

Foto 1.000TON - São João del-Rei - MG (Acervo de Humberto Ferreira & Família) 1
Foto 1.000TON - São João del-Rei - MG (Acervo de Humberto Ferreira & Família) 1

Verso de antigo envelope para requisição de serviços fotográficos do Studio 1.000TON (Foto Milton) com data do ano de 1949. Notam-se impressas algumas recomendações a respeito da arte de fotografar e revelar as imagens.

Foto 1.000TON - São João del-Rei - MG (Acervo de Humberto Ferreira & Família) 2
Foto 1.000TON - São João del-Rei - MG (Acervo de Humberto Ferreira & Família) 2

Antigo envelope de cliente, para requisição de serviços fotográficos do Studio 1.000TON (Foto Milton) com data do ano de 1949.

Gabinete de trabalho de Tancredo Neves - São João del-Rei - MG
Gabinete de trabalho de Tancredo Neves - São João del-Rei - MG

Acredita-se que o local de trabalho revela muito da personalidade daquela pessoa que o utiliza. Assim, alguns detalhes do escritório de trabalho de Tancredo Neves podem nos fornecer importantes referências da sua vida. Na réplica do gabinete dele, que está montada no memorial Tancredo Neves de São João del-Rei, é possível ver algumas fotografias, a pasta (uma recordação do tempo em que fora Ministro da Justiça, na era Vargas); lá estão seus óculos para leituras, algumas de suas condecorações, uma coleção de imagens de seu santo de devoção (São Francisco de Assis), o retrato da sua mãe, e livros especialmente escolhidos: Bíblia, “I Fioretti” de S. Francisco de Assis e “Os Sermões” de Pe. Antônio Vieira; obras de Plutarco, Virgílio, Dante, Maquiavel, Cervantes, Shakespeare, Goethe, Lorca, José de Alencar e Machado de Assis. Um tinteiro de prata do séc. XIX e quadros emoldurados: a primeira Constituição da República, com o ato assinado pelo Barão de Valença, em 1825, concedendo, pelo Imperador, o Hábito da Ordem de Christo ao seu tetravô, José Antônio das Neves, e, por último, a Oração de São Francisco. O ritmo de trabalho de Tancredo era intenso. É bem conhecida uma frase à qual ele sempre recorria para responder àqueles que cobravam dele um ritmo menos intenso: “Para descansar, terei a eternidade”... Fotodigitalização da imagem original de Fernando Ferreira (Cia. Souza Cruz), reprodução do acervo de José Antônio de Ávila Sacramento.

Hangar do Mestiço - S. João del-Rei - MG (Acervo Oyama de Alencar Ramalho)
Hangar do Mestiço - S. João del-Rei - MG (Acervo Oyama de Alencar Ramalho)

O antigo campo de pouso e decolagens (de São João del-Rei) ficava localizado onde atualmente existe um conjunto de casas populares, na cidade de Santa Cruz de Minas, logo atrás da sede da Prefeitura Municipal; dali se estendia para os lados da Escola da Fundação Bradesco, chegando quase que ao sopé da Serra de São José; ao lado era o estande de tiro do então 11º RI (atual 11º Batalhão de Infantaria de Montanha). No campo de aviação, havia o Hangar do Mestiço que abrigava um teco-teco e uma casinha, construída na mesma data em que fizeram aquele monumento em espiral que ainda existe no local. Defronte do hangar está o menino Oyama de Alencar Ramalho, em fotografia do ano de 1952.

Indústria de malas, gaiolas e madeira - São João del-Rei - MG
Indústria de malas, gaiolas e madeira - São João del-Rei - MG

Selo de antiga indústria de malas, gaiolas e artigos em madeira que ficava instalada na Rua Marechal Bittencourt, centro de São João del-Rei - MG. Reprodução do acervo de José Augusto Moreira (in memoriam). Fotodigitalização de José Antônio de Ávila Sacramento.

Leiteiro - São João del-Rei - MG
Leiteiro - São João del-Rei - MG

Numa época que não vai muito longe ainda havia vendedores de leite cru ou "in natura" em São João del-Rei - MG. Então, como se vê nesta imagem, o leiteiro trazia o leite dentro de latões (grandes latas de zinco estanhadas na parte de dentro, que era própria para o transporte do produto); as latas eram transportadas em cima de cavalos e delas retirava-se o leite com um canecão para encher os recipientes de toda a freguesia... Durante muitos anos, a venda do leite cru foi feita dessa forma no Município, até que surgiram as Cooperativas de Lacticínios e, então, gradualmente, foi proibida a venda de leite sem a pasteurização. Fotografia s.a. e s.d., reprodução do acervo de José Antônio de Ávila Sacramento.

Recibo - Colégio Maciel - S. J. del-Rei - MG (Acervo Humberto Ferreira & Família)
Recibo - Colégio Maciel - S. J. del-Rei - MG (Acervo Humberto Ferreira & Família)

Pelos idos de 1891, em São João del-Rei, João Batista Maciel fundou um colégio que ficou conhecido pelo seu sobrenome. O educandário, em 1894, funcionava numa grande casa, no Largo da Câmara (atual Largo das Mercês), que depois, em 1912, foi demolida para dar lugar ao Hospital Nossa Senhora do Rosário. No ano de 1937 o Hospital do Rosário foi demolido para a construção do atual Hospital de Nossa Senhora das Mercês. No Colégio Maciel, dentre outros mestres, exerceram o magistério o professor poliglota dr. Adolfo Remer, Antônio Afonso Morais e José Concesso Nogueira de Campos. O prof. João Batista Maciel - grande educador e enérgico disciplinador - aposentou-se do magistério com a sua morte, em 1908. A reprodução deste recibo datado de 15 de fevereiro de 1905 é uma cortesia de Humberto Martins Ferreira & Família.

Tropas na Estação de Ibitutinga - São João del-Rei - MG
Tropas na Estação de Ibitutinga - São João del-Rei - MG

Esta imagem retrata a presença de tropas na Estação Ferroviária de Ibitutinga, certamente durante a na Revolução de 1930; notem que os uniformes militares são característicos do Exército Francês; nesta época (1920/1940) o Exército Brasileiro ainda estava sob influência da Missão Militar Francesa que visava modernizar e profissionalizar a doutrina militar das tropas nacionais. Fotografia de autoria desconhecida. Reprodução do acervo de José Antônio de Ávila Sacramento.